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quinta-feira, 20 de março de 2014

TEORIA DOS GRANDES PENSADORES SOBRE EDUCAÇÃO

A participação do aluno na construção de seu saber é uma ação imprescindível no processo ensino-aprendizagem para esse momento histórico atual. Esse pressuposto gerado a partir de inúmeros estudos indica que de fato cada indivíduo deve ser inserido no contexto do seu aprendizado, tornando-se sujeito de sua história e agente transformador de sua sociedade.
O que podemos notar é que não se pode valer de apenas uma teoria vinculada a um pensador de renome, precisa-se unir teorias que possibilitem na ação conjunta o resgate dos valores humanos, juntamente com a progressão intelectual contínua. O que afirma SMOLE (2001:19), “ninguém pode se valer apenas de uma teoria”.
Para que o sistema educacional consiga progressão em sua meta é necessário que todos os educadores possam estar conhecendo as diversas teorias educacionais condizentes ao período histórico atual, podendo dessa forma, se aperfeiçoarem continuadamente, oferecendo perspectivas inovadoras e instigantes aos seus alunos e a si mesmo. De acordo com TEREZA (2001:19), “conhecer os estudiosos da educação e o processo de aprendizagem dos alunos sempre ajuda o professor a refletir sobre sua prática e compreender as políticas públicas”.
Na perspectiva de propiciar um melhor entendimento sobre a importância de se compreender o sistema educacional, resumiremos algumas ideias de grandes autores que influenciaram e ainda influenciam a Educação em todo o mundo.


Emília Ferreiro
De acordo com ela, deve-se valorizar o conhecimento da língua que o aluno já tem antes de iniciar os estudos em sala de aula. Para a autora, o aluno não vem para a escola sem saber de nada, ele traz consigo um aprendizado importante que deve ser aprimorado e contextualizado para promover condições favoráveis as suas necessidades cotidianas. Segundo a tese de FERREIRO, a criança passa por quatro fases antes de completar o processo de alfabetização que por ela são chamadas de pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética.
Para tanto, o processo de alfabetização foi programado em ciclos para que o aluno pudesse estar construindo o saber em constante contato com objetos de estudos, bem como estivesse sendo motivado em cada fase de sua alfabetização a aprender para a vida. Uma das sugestões de incentivo ao aprendizado foi à introdução de um multimeio ao ambiente escolar, disponibilizando aos alunos diversos materiais e rótulos que os instiguem a identificar a língua escrita.
Emília Ferreiro não definiu uma receita pronta para garantia do sucesso no processo de alfabetização, ela constatou em seus estudos, procedentes a outros autores, que a escola precisa estar estimulando sempre o aluno para que haja aprendizado significativo, portanto cabe a instituição educacional e a seus agentes promover metodologias que vislumbrem resultados satisfatórios.

 Célestin Freinet.

FREIMET difundiu a ideia de que a escola precisa estar trabalhando em conjunto, ou seja, num sistema cooperativista por ações conjuntas a um único propósito, formar cidadãos capazes de modificar, com ações concretas, o momento histórico da humanidade.
Segundo ele, a realidade em que o aluno está inserido é de suma importância e deve ser discutida em contexto com os conteúdos curriculares. Outro fator importante de acordo com o autor, é que deve-se oportunizar ao aluno  estar sempre construindo seu conhecimento a partir do processo de experimentação, cuidando para que ele nunca esteja sozinho nesse processo, a presença do professor como mediador, bem como a companhia dos colegas da turma é relevante para seu aprendizado, visto que a interação promove uma construção do saber mais prazerosa e consistente sem perder a rigorosidade necessária.
De acordo com FREINET, o aluno inserido em um ambiente de aprendizado que se caracteriza pela sua teoria, estará com uma autoestima sempre em alta, pois, ele estará envolvido nas fases do processo de construção, portanto, perceberá seu mérito nos resultados obtidos.

 Paulo Freire

A teoria de Paulo Freire remete-nos a reflexão acerca da metodologia educacional, que por bem, faz mais parte do passado que do presente educacional, digo daquela em que o professor era o dono do saber e o aluno um mero espectador com o único intuito, receber informações que não detinham.
FREIRE denominou de bancária esse tipo de educação, pois, para ele se identifica com o modelo bancário, o professor é o depositante e o aluno o depositário do saber, restando para o segundo apenas render “juros”, sem possibilidades de críticas reflexivas. A educação, na visão de Paulo Freire precisa reestruturar-se para inserir o aluno num ambiente onde ele não esteja para puramente aprender, mas sim, para compartilhar conhecimentos num processo de mútua troca do saber. “Ninguém ensina nada a ninguém e as pessoas não aprendem sozinha” (FREIRE, in ROMÃO, 2001:23).
O mais importante no processo ensino aprendizagem, segundo Paulo Freire, é conduzir o aluno a perceber e ler o mundo que o cerca. Para ele, só se conquista o saber se aprendermos a analisar o mundo em nossa volta de tal maneira que possamos estar promovendo, de modo crítico e produtivo, constantes interferências cotidianas.
Para tanto, FREIRE sugere a utilização de temas geradores que fazem parte da realidade do aluno. A partir da escolha, deve-se instigar o aluno à análise e reflexão críticas do impacto, desse tema, na vida dele e de sua sociedade.

Jean Piaget

Jean Piaget biólogo francês que deu grande contribuição à educação em sua prática pedagógica. Ele estudou  como se dá o processo de aprendizagem no sistema cognitivo do ser humano. Para tanto, ele acompanhou a evolução intelectual de crianças desde o nascimento e constatou que o conhecimento é adquirido por meio de constantes conflitos cognitivos.
De acordo com os estudos de PIAGET, o ser humano passa por estágios de aprendizagem que são responsáveis pela condição de assimilação do conhecimento. Para o autor, o indivíduo só estará apto a aprender se seu cognitivo estiver preparado para tal, esse momento de aprendizagem, PIAGET chama de insight.
PIAGET constatou com seus estudos, que a experiência é importante para que ocorra o momento da assimilação do conhecimento, segundo o biólogo, quando o aluno experimenta o saber, ele constrói um caminho mais breve ao entendimento do fenômeno estudado. Portanto, a interação do indivíduo com o meio físico e biológico, quanto maior e mais cedo, propicia o desenvolvimento do pensamento.
O método de aprendizagem que Jean Piaget, consiste na interação contínua do indivíduo com o meio, através da mediação do professor, em uma relação de respeito e cooperação mútuos.

Howard Gardner

Howard Gardner, psicólogo americano contribui muito para a metodologia educacional. Ele descreveu que o ser humano é dotado de múltiplas inteligências e tem que ser valorizado por inteiro.
Segundo GARDNER, não se deve cobrar do aluno somente o desenvolvimento da inteligência lógico-matemática e a linguística, pois, o ser humano tem outras competências e, qualquer uma delas pode estar mais evidentes que as outras, oferecendo condições de progressão intelectual/produtiva. O psicólogo atribui ao ser humano, outras inteligências, além das citadas, como: a inteligência espacial, físico-sinestésica, interpessoal, intrapessoal, musical e a naturalista.
Portanto, a partir da tese de GARDNER nota-se que é necessário a participação efetiva do aluno na resolução de problemas, principalmente aqueles que fazem parte do seu cotidiano e intrigam a humanidade. Para o autor, o aluno não deve ser submetido constantemente a execução de atividades descontextualizadas do seu mundo real.
A tarefa do educador mediante tal proposta é explorar através de instigações o envolvimento cognitivo do aluno no desenvolvimento e na busca constante de possíveis soluções para os diversos problemas multidisciplinares que os cercam e ameaçam negativamente a existência harmoniosa dos seres humanos.

Lev Vygotsky.
Lev Vygotsky é outro pensador influente no processo ensino-aprendizagem. Ele desenvolveu a ideia de que o indivíduo não nasce com características pré-determinadas para a inteligência e para o estado emocional, mas sim, evolui intelectualmente quando interagido constantemente a reflexões sobre questões internas e das influências do mundo social. VYGOTSKY, a partir de sua tese, contrariou o pensamento norteador da educação em sua época e acabou por determinar outra via, a sociointeracionista.
Segundo VYGOTSKY, mesmo que o indivíduo nasça com predisposição para algo, ele dependerá do aprendizado ao longo de sua vida, adquirido durante as relações permeadas pelo seu grupo social. No entanto, para o estudioso, somente oferecer interações constantes dos alunos com materiais, informações e meio sociais, não garante aprendizagem significativa, deve-se contextualizá-los de forma a fazer sentido para as necessidades individuais e coletivas.
Valendo-se das teorias de VYGOTSKY, o educador precisa trabalhar com as informações sempre as incidindo na zona de desenvolvimento proximal do aluno, ou seja, o educador tem que partir daquilo que a criança sabe fazer sozinha, promovendo  uma realização mais ampla com a ajuda de alguém mais experiente, que está inserida no seu universo social.
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