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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

EDUCAÇÃO E AUTO-CONHECIMENTO


Educação e Auto-Conhecimento



Arlindo Nascimento Rocha

“Se a sociedade nos abandona, a solidão é tratável, mas se nós, mesmos nos abandonamos, ela é quase incurável.” A.Cury.


É comum as pessoas interrogarem sobre a responsabilidade da educação dos filhos/alunos. Pais ausentes muitas vezes responsabilizam a escola pela boa ou má educação dos filhos, e, por sua vez, as escolas se defendem com certa razão de que a educação começa em casa, então, é tarefa dos pais e da família, educar os filhos, cabendo à escola a tarefa de transmitir conhecimentos. Não querendo corroborar com nenhuma dessas teses, pessoalmente, acho que a responsabilidade da educação é de todos, família, escola e sociedade. A educação começa na família e continua tanto na escola bem como a sociedade, mediante o estabelecimento de relações interpessoais significativas. A escola deve ser vista como um complemento da educação familiar.

Não podemos continuar loteando nossos filhos, por isso, pais, educadores e a sociedade têm responsabilidades sobre o futuro emocional, social e intelectual dos mesmos, excluindo assim, a pretensão de alguns pais em terceirizar a educação dos filhos, atribuindo à escola uma responsabilidade que também é deles.

Muitos pais perderam o respeito e a capacidade de educar porque não entendem os comportamentos espontâneos dos seus filhos. Muitos querem ensinar seus filhos a serem pacientes, mas eles mesmos são impulsivos, ou ensiná-los a ser flexíveis quando eles mesmos são engessados e rígidos. O exemplo não é só uma boa forma de educar, é a mais poderosa e eficiente. O exemplo grita muito mais que as palavras... Devemos plantar janelas light objetivando contribuir para a formação de mentes livres e emocionalmente saudáveis.     

Porém, como e sabido, a educação clássica ensina aos alunos, desde a pré-escola à pós-graduação, milhões de informações sobre o mundo e que vivemos, mas, não ensina quase nada sobre os fenômenos que nos tornam seres pensantes.  Com as devidas exceções, homens e mulheres com diplomas nas mãos, sem proteção emocional, sem a capacidade reflexiva e questionadora, passivos, sem habilidades para lidar com perdas e frustrações, sem capacidade mínima de filtrar estímulos estressantes e de ser líderes de si mesmos.

Um dos grandes desafios da educação do sec. XX deveria estar embasada em práticas que levassem a descoberta e ao entendimento do próprio “eu”, e dos seus papeis fundamentais. Porém, cotidianamente, usamos a palavra “eu” sem ter a compreensão a sua verdadeira dimensão, suas habilidades e funções vitais.

Segundo A. Cury existem pelo menos vinte e cinco papéis vitais que ajudam a desenvolver e a honrar a condição de homo sapiens, ou seja, um ser pensante.

Na impossibilidade de fazer uma listagem exaustiva desses vinte e cinco papéis, elucidarei alguns, não por serem os mais importantes, mas pela sua pertinência, começando pela: “capacidade de criar pontes, ou, seja, saber que toda a mente é um cofre, que não há mentes impenetráveis, mas chaves erradas; aprender a dialogar e a transferir o capital das experiências, e não apenas comentar o trivial; reciclar a influência do sistema social que nos torna meros números no tecido social, e não seres humanos complexos, desenvolver o altruísmo, solidariedade e tolerância inclusive conseguem mesmo; gerenciar a lei do menos e do maior esforço e educar-se com todas as vinte e quatro funções mais complexas da inteligência, para desenvolver a mais notável delas: ser o autor da sua própria história ou gestor da sua mente”.

Para o desenvolvimento dessas habilidades, a mediação do professor torna-se indispensável, que segundo Cury, são os profissionais mais importantes e ao mesmo tempo desvalorizados, o que tem levado o sistema educativo mundial a um estado agonizante, formando alunos imaturos e despreparados para serem líderes de si mesmos numa sociedade digital.

Ainda estamos presos a uma educação clássica em que o “eu” não é organizado, treinado e preparado para ser gestor psíquico, torna-se um mero realizador de tarefas: “eu fiz, eu faço, eu farei” ou “eu desejei, eu desejo, eu desejarei”, esse tipo de “eu” é imaturo e serviçal, sujeito a obedecer  ordens, sem consciência de seus papéis essenciais, contrariamente ao “eu” saudável inteligente, autônomo, autoconsciente e autocrítico.    

No se livro “Ansiedade: como enfrentar o mal do século”, A. Cury, explicita os seis tipos de eu: o eu gerente, que engloba as pessoas que aprenderam a gerenciar seus pensamentos e a exercer a arte de questionar, de duvidar dos pensamentos perturbadores, que critica as falsas crenças e determina ou decide estrategicamente onde quer chegar; o eu viajante ou desconectado, que engloba as pessoas que perderam os parâmetros a realidade, vivendo assim, imersos em seu psiquismo, pensando, imaginando e fantasiando; o eu flutuante, que são as pessoas que não tem ancora, segurança, estabilidade, clareza sobre onde está e onde quer chegar, não tendo a capacidade de exercer a capacidade de escolha autônoma e consciente, enfim, são pessoas que casam transtorno nas próprias relações, e perturbam a tranquilidade dos outros; o eu engessado, que são pessoas rígidas, fechadas, inflexíveis que vivem entediados e entediando seus íntimos. Defendem radicalmente suas convicções e não abre espaço para respeitar o diferente; o eu autossabotador, que são pessoas que vão contra a liberdade, conspira contra o seu prazer de viver, sua tranquilidade e seu êxito profissional e social. Um eu que sabota sua própria felicidade, pode ser ótimo para outros, mas péssimo para si próprio pode ser tolerante com os amigos, mas implacável consigo mesmo e raramente se dá uma nova chance, e, finalmente, o eu acelerado, onde estão incluídos um grande número de pessoas em todo mundo, em todas as sociedade modernas, de crianças a idosos que se entulham de informações, atividades e preocupações, fato que levou ao aparecimento da Síndrome do Pensamento Acelerado, que se tornou o grande mal do século, gerando péssima qualidade de vida, insatisfação crônica, retração da criatividade, doenças psicossomáticas, transtorno nas reações interpessoais, e consequentemente transtornos na relação consigo mesmo.             

Apesar da postura do eu revelar níveis de criatividade, maturidade, racionalidade, resiliência, capacidade de se adaptar as mudanças, de proteger a psique e de superar conflitos, não podemos esquecer de que, tanto na psiquiatra, bem como na psicóloga e na pedagogia, aliás, como em qualquer outra ciência que tenha como objeto de estudo o homem e o seu comportamento, nada é imutável.

Por isso, jamais podemos esquecer de que não existem soluções mágicas, então é necessária uma nova agenda para formar núcleos de habitação do eu. São necessários exercícios de educação diários para nos fortalecer mentalmente e preparar para novos desafios e novas conquistas.

Referencia:
CURY, Augusto “Ansiedade, Como Enfrentar o Mal do Século”: A síndrome do pensamento Acelerado: como e porque a humanidade, adoeceu coletivamente, das crianças aos adultos Augusto Cury. 1. ed. São Paulo: Saraiva 2014


EDUCAÇÃO E AUTO-CONHECIMENTO





Arlindo Nascimento Rocha

                                                           Filosofia: http://blaisepascalogenio.blogspot.com.br/
                                          Educação: http://docenteinovador.blogspot.com.br/

  


Educação e Auto-conhecimento.

“Se a sociedade nos abandona, a solidão é tratável, mas se nós, mesmos nos abandonamos, ela é quase incurável.” A.Cury.


É comum as pessoas interrogarem sobre a responsabilidade da educação dos filhos/alunos. Pais ausentes muitas vezes responsabilizam a escola pela boa ou má educação dos filhos, e, por sua vez, as escolas se defendem com certa razão de que a educação começa em casa, então, é tarefa dos pais e da família, educar os filhos, cabendo à escola a tarefa de transmitir conhecimentos. Não querendo corroborar com nenhuma dessas teses, pessoalmente, acho que a responsabilidade da educação é de todos, família, escola e sociedade. A educação começa na família e continua tanto na escola bem como a sociedade, mediante o estabelecimento de relações interpessoais significativas. A escola deve ser vista como um complemento da educação familiar. 

Não podemos continuar loteando nossos filhos, por isso, pais, educadores e a sociedade têm responsabilidades sobre o futuro emocional, social e intelectual dos mesmos, excluindo assim, a pretensão de alguns pais em terceirizar a educação dos filhos, atribuindo à escola uma responsabilidade que também é deles. 

Muitos pais perderam o respeito e a capacidade de educar porque não entendem os comportamentos espontâneos dos seus filhos. Muitos querem ensinar seus filhos a serem pacientes, mas eles mesmos são impulsivos, ou ensiná-los a ser flexíveis quando eles mesmos são engessados e rígidos. O exemplo não é só uma boa forma de educar, é a mais poderosa e eficiente. O exemplo grita muito mais que as palavras... Devemos plantar janelas light objetivando contribuir para a formação de mentes livres e emocionalmente saudáveis.   
   
Porém, como e sabido, a educação clássica ensina aos alunos, desde a pré-escola à pós-graduação, milhões de informações sobre o mundo e que vivemos, mas, não ensina quase nada sobre os fenômenos que nos tornam seres pensantes.  Com as devidas exceções, homens e mulheres com diplomas nas mãos, sem proteção emocional, sem a capacidade reflexiva e questionadora, passivos, sem habilidades para lidar com perdas e frustrações, sem capacidade mínima de filtrar estímulos estressantes e de ser líderes de si mesmos.

Um dos grandes desafios da educação do sec. XX deveria estar embasada em práticas que levassem a descoberta e ao entendimento do próprio “eu”, e dos seus papeis fundamentais. Porém, cotidianamente, usamos a palavra “eu” sem ter a compreensão a sua verdadeira dimensão, suas habilidades e funções vitais. 

Segundo A. Cury existem pelo menos vinte e cinco papéis vitais que ajudam a desenvolver e a honrar a condição de homo sapiens, ou seja, um ser pensante. 

Na impossibilidade de fazer uma listagem exaustiva desses vinte e cinco papéis, elucidarei alguns, não por serem os mais importantes, mas pela sua pertinência, começando pela: “capacidade de criar pontes, ou, seja, saber que toda a mente é um cofre, que não há mentes impenetráveis, mas chaves erradas; aprender a dialogar e a transferir o capital das experiências, e não apenas comentar o trivial; reciclar a influência do sistema social que nos torna meros números no tecido social, e não seres humanos complexos, desenvolver o altruísmo, solidariedade e tolerância inclusive conseguem mesmo; gerenciar a lei do menos e do maior esforço e educar-se com todas as vinte e quatro funções mais complexas da inteligência, para desenvolver a mais notável delas: ser o autor da sua própria história ou gestor da sua mente”.

Para o desenvolvimento dessas habilidades, a mediação do professor torna-se indispensável, que segundo Cury, são os profissionais mais importantes e ao mesmo tempo desvalorizados, o que tem levado o sistema educativo mundial a um estado agonizante, formando alunos imaturos e despreparados para serem líderes de si mesmos numa sociedade digital. 

Ainda estamos presos a uma educação clássica em que o “eu” não é organizado, treinado e preparado para ser gestor psíquico, torna-se um mero realizador de tarefas: “eu fiz, eu faço, eu farei” ou “eu desejei, eu desejo, eu desejarei”, esse tipo de “eu” é imaturo e serviçal, sujeito a obedecer  ordens, sem consciência de seus papéis essenciais, contrariamente ao “eu” saudável inteligente, autônomo, autoconsciente e autocrítico.    

No se livro “Ansiedade: como enfrentar o mal do século”, A. Cury, explicita os seis tipos de eu: o eu gerente, que engloba as pessoas que aprenderam a gerenciar seus pensamentos e a exercer a arte de questionar, de duvidar dos pensamentos perturbadores, que critica as falsas crenças e determina ou decide estrategicamente onde quer chegar; o eu viajante ou desconectado, que engloba as pessoas que perderam os parâmetros a realidade, vivendo assim, imersos em seu psiquismo, pensando, imaginando e fantasiando; o eu flutuante, que são as pessoas que não tem ancora, segurança, estabilidade, clareza sobre onde está e onde quer chegar, não tendo a capacidade de exercer a capacidade de escolha autônoma e consciente, enfim, são pessoas que casam transtorno nas próprias relações, e perturbam a tranquilidade dos outros; o eu engessado, que são pessoas rígidas, fechadas, inflexíveis que vivem entediados e entediando seus íntimos. Defendem radicalmente suas convicções e não abre espaço para respeitar o diferente; o eu autossabotador, que são pessoas que vão contra a liberdade, conspira contra o seu prazer de viver, sua tranquilidade e seu êxito profissional e social. Um eu que sabota sua própria felicidade, pode ser ótimo para outros, mas péssimo para si próprio pode ser tolerante com os amigos, mas implacável consigo mesmo e raramente se dá uma nova chance, e, finalmente, o eu acelerado, onde estão incluídos um grande número de pessoas em todo mundo, em todas as sociedade modernas, de crianças a idosos que se entulham de informações, atividades e preocupações, fato que levou ao aparecimento da Síndrome do Pensamento Acelerado, que se tornou o grande mal do século, gerando péssima qualidade de vida, insatisfação crônica, retração da criatividade, doenças psicossomáticas, transtorno nas reações interpessoais, e consequentemente transtornos na relação consigo mesmo.             

Apesar da postura do eu revelar níveis de criatividade, maturidade, racionalidade, resiliência, capacidade de se adaptar as mudanças, de proteger a psique e de superar conflitos, não podemos esquecer de que, tanto na psiquiatra, bem como na psicóloga e na pedagogia, aliás, como em qualquer outra ciência que tenha como objeto de estudo o homem e o seu comportamento, nada é imutável. 

Por isso, jamais podemos esquecer de que não existem soluções mágicas, então é necessária uma nova agenda para formar núcleos de habitação d eu. São necessários exercícios de educação diários para nos fortalecer mentalmente e preparar para novos desafios e novas conquistas.

Referencia:
CURY, Augusto “Ansiedade, Como Enfrentar o Mal do Século”: A síndrome do pensamento Acelerado: como e porque a humanidade, adoeceu coletivamente, das crianças aos adultos Augusto Cury. 1. ed. São Paulo: Saraiva 2014