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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Os dois paradigmas da Modernidade: Capitalismo vs Socialismo


Em sua obra Nova era: a nova civilização planetária; desafios à sociedade e ao cristianismo, Leonardo Boff faz uma comparação entre os dois paradigmas da modernidade, ou seja, o capitalismo e o socialismo, demonstrando assim, que ambos fracassaram...


Segundo ele, o paradigma da modernidade se expressou em dois sistemas sociais antagônicos: o capitalismo e o socialismo. 

o capitalismo privatizou os bens e socializou os sonhos. O socialismo socializou os bens e privatizou os sonhos. ou seja, o capitalismo privatizou os bens (as fábricas, terras, bancos são propriedades privadas), mas deixou que os sonhos pudessem se exprimir por todos os meios de comunicação social, especialmente pela propaganda e pela televisão. Quer dizer, permite a socialização dos sonhos. Apenas cuida para que os sonhos se realizem dentro dos limites impostos pelos interesses do capital. Numa favela pode faltar pão, mas não o aparelho da televisão. Esta alimenta os sonhos pelas propagandas, pelas novelas, e pelas imagens falantes. 

O socialismo socializou os bens, as terras, as fábricas, a educação. Mas privatizou os sonhos. Somente eram aceites os sonhos sonhados pelo partido único ou que estivesse em concordância com o único sonho socialista. Todos os demais sonhos eram reprimidos e perseguidos. 

Hoje, podemos fazer um balanço. O socialismo fracassou. Impedindo os sonhos, impediu a liberdade, a criatividade e assim destruiu o senso humanitário. Implodiu. 

O capitalismo permite os sonhos. Os sonhos mesmo falaciosos, sustentam a esperança e prolongam a vida. por isso, ele continua. Mas, os sonhos ficaram só no imaginário...

Por isso, também ele não resolveu nenhum problema que o socialismo propunha a se resolver. Antes pelo contrário: os problemas se agravaram a nível mundial. Há hoje mais problemas e mais pobreza e mais violência generalizada do que há cinco anos, tanto nos países ricos quanto nos países empobrecidos.

Qual a suprema ironia? depois de quinhentos anos, o sonho de desenvolvimento provocou subdesenvolvimento da maioria dos países do mundo. A dominação da natureza provocou sua rebelião ameaçando, pela poluição, pelo buraco do azônio e por outros desequilíbrios ecológicos, a vida das pessoas e outras espécies vivas. 

O capitalismo criou uma cultura do eu sem nós. O socialismo criou uma cultura donós sem eu. Agora precisamos da síntese que permite a convivência do eu com o nós. Nem individualismos nem coletivismos, mas democracia social e participativa. Precisamos fazer uma autocorreção com referência a concepção de ser humano, à integração do feminino e à aliança com a natureza. Daí, pode nascer a nova espiritualidade e o fio que tudo re-liga. 

Fonte: BOFF, Leonardo. Nova era: a nova civilização planetária; desafios à sociedade e ao cristianismo. São Paulo: Ática, 1994.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Só existe ensino se alguém aprende




De acordo com Lídia Maria Rodrigo, autora da obra Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio, o desafio imposto pelo ensino de massa tornaram necessário não apenas romper com certas práticas pedagógicas tradicionais, mas também, aderir a uma nova concepção de ensino, uma vez que ela perdeu autonomia e centralidade que gozava anteriormente. 

O professor tradicional, preocupava-se, sobretudo, com os conteúdos e a competência para ministrar sua aula, esperando que a aprendizagem fosse uma decorrência natural. Entretanto, quando os problemas da aprendizagem começaram a multiplicar, a possibilidade de haver contradição entre a lógica de ensino e a lógica de aprendizagem tornou-se flagrante. 

A pretensa autonomia da noção de ensino teve de ser revista, uma vez que, se o aluno não aprende, o professor mão pode dizer que ensina, apesar da competência de seu discurso. Portanto, ensino e aprendizagem passaram a ser conhecidos como noções correlatas, tendo em conta que só existe ensino se alguém aprende. A educação escolar, deixou de girar em torno da sabedoria do professor, tendo deslocado seu foco principal para o aluno. 

Referência:

RODRIGO, Lima Maria. Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio. - Campinas, SP: Autores associados, 2009. - (Coleção formação de professores). 

sexta-feira, 9 de junho de 2017

"ENTRETEXTOS" - CARTA AO LEITOR



Não resisti, e estou partilhando com os futuros leitores do "ENTRETEXTOS" a carta ao leitor escrita por alguém muito especial, e que acredita muito no meu potencial, como homem, pesquisador e escritor. Espero que todos possam se sentir tocados por essa mensagem, como eu me sinto todas as vezes que algo inexplicável me compele a relê-la, pois, o que é dito, feito e escrito com amor contagia.






Ao escrever esta carta, veio-me a pergunta primordial: por que ler ENTRETEXTOS? No mesmo átimo, respondo: para mesclar, confundir, juntar, prender, romper, entrelaçar-se a conhecimentos de contextos variados e de profunda reflexão filosófica. 

Os artigos desde livro são textos leves na escrita, exatos em seus objetivos, consistentes na argumentação, múltiplos em suas bibliografias, rápidos e concisos em seus liames, e intensos em sua compreensão. Ambos nos convidam a viajar através de uma leitura fácil, porém agradável e enriquecedora através de temas ligadas a filosofia, religião, política e ética que se entrelaçam em vários momentos, formando assim o ENTRETEXTOS.  
     
A perfectibilidade é um neologismo criado pelo filósofo, teórico da política e escritor Suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), para exprimir a capacidade que o homem possui de aperfeiçoar-se, e assim é Arlindo Rocha, um promissor intelectual nascido em um remoto vilarejo, encravado entre altas montanhas, chamado Ribeira Alta na Ilha de Santo Antão, num país arquipelágico chamado Cabo Verde, situada na costa ocidental africana que dia-a-dia aperfeiçoa-se educacional, cultural, social, e espiritualmente, reconhecendo a sua posição no mundo e aprimorando cada vez mais sua relação com os outros através da produção cultural e literária.

 ENTRETEXTOS deve ser lido, Arlindo Rocha, conhecido, pois este autor reconhece suas misérias existenciais, e ao olhar e perguntar: O que é o homem? Com certeza ele responderá que é a construção, é o aperfeiçoar-se, é o mesclar-se, é o transcender-se, é a benção, a maldição, o nada, o meio é a compreensão, é a ambivalência, o buscar de suas raízes, da perfectibilidade e da melhoria de suas virtudes, grandezas, até a morte.


É ter Fé! É Amor fati!
Boa Leitura. 



OBS: O LIVRO ENCONTRA-SE DISPONÍVEL NA LIVRARIA BOLÍVAR EM COPACABANA.
ENDEREÇO: RUA BOLÍVAR 42A - COPACABANA. TEL: 21 - 32083600






[1] Mestre em Filosofia do Direito pelo Centro Universitário Euripedes de Marília com período sanduíche em Freie Universität Berlin (2006); graduada em Abi-Filosofia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004), graduada em Direito pelo Centro Universitário Euripedes de Marília (2003). E-mail: priscillarochacontatos@gmail.com

domingo, 26 de fevereiro de 2017

INTENÇÃO DE PUBLICAÇÃO DA MINHA PRIMEIRA OBRA



Caros (as) amigos (as)

Estou muito empenhado na publicação da minha primeira obra sob o título "ENTRETEXTOS", que é uma coletânea de artigos acadêmicos elaborados desde 2012 , onde abordo temas ligados a: Ciência Política, Filosofia Política, Filosofia Antiga, Filosofia da Cultura, Religião e Ética.

Alguns dos artigos que fazem parte desta coletânea foram publicados em Revistas Acadêmicas, e, os outros em sites eletrônicos .

Os artigos resultam da minha passagem por três Instituições de Ensino no Brasil:
Ø PUC-Rio – aluno especial;
Ø Universidade Católica de Petrópolis – Pós-Graduação lato senso e
Ø PUC-SP, aonde terminei o Mestrado em dezembro de 2016.

Meu objetivo com este livro é dialogar com outras áreas do conhecimento, como educação, sociologia, antropologia, história, religião, entre outras, atendendo ao aspecto multidisciplinar que muitas vezes permeia o debate filosófico e que, também, auxilia a tarefa docente interdisciplinar.

Além de difundir o conhecimento além mar, ou seja levar ao meu continente, ao meu país um livro em língua portuguesa que possa contribuir para pesquisas sobre a filosofia, assim como instigar outros que como eu batalham no caminho acadêmico, que não é fácil.

Espero que este livro possa servir como estímulo a outros estudantes africanos que saem de seu país em diásporas para buscar aprimoramento em diversas áreas e muitas vezes encontram lugares ainda marcados pelas feridas coloniais e que por vezes esses lugares/ países ainda nos reduzam ao imaginário inferiorizante tão comum em nosso cotidiano, quiça essa realidade possa mudar, e este livro é um caminhar por mudanças, é uma ação, e em especial para mim, um sonho, prestes a realizar.

Tenho a intenção de presentar amigos, colegas, familiares e professores que me apoiaram de forma direta ou indiretamente ao longo desses cinco anos, por isso, estou lançando uma CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO PARA O PUBLICAÇÃO DO LIVRO, para essa primeira edição que não terá fins lucrativos, e sim, presentear a todos que me apoiaram, apoiam.

Conto mais uma vez com o vosso apoio!


Quem quiser colaborar é só CLICAR AQUI: 

Obrigado!

Arlindo Nascimento Rocha
E-mail: arlindonascimentorocha@gmail.com
(005521) 983857396 – (005521) 25493541

Mestre em Ciência da Religião;
Pós-Graduado em Administração, Supervisão e Orientação Educacional e Pedagógico;
Licenciado em Filosofia.

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do…
http://estudocientificodareligiao.blogspot.com.br/
https://blaisepascalogenio.blogspot.com.br/
http://docenteinovador.blogspot.com.br/

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

PONDÉ EM NITERÓI




Pondé em Niterói

"Nesta quinta-feira (16) o filósofo Luiz Felipe Pondé se apresenta, às 18h30, no Teatro Popular. Com entrada franca, o pernambucano ministrará palestra com o tema “Cidadania, Trânsito e Meio Ambiente no mundo globalizado: quais os ganhos e as perdas?”. As vagas são limitadas e os interessados devem chegar uma hora antes para retirada da entrada".     
[In: Jornal O Fluminense do dia 14/03/2017]


"A NITTRANS através do Departamento de Educação para o Trânsito, Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, a Coordenadoria de Políticas Públicas para a Juventude, o Programa Niterói de Bicicleta, a Biblioteca Pública de Niterói, a Porto Seguro, TIO SAM-MOVIMENTO do OTIMISMO e a ECOPONTE mais uma vez se uniram para realizar um evento para a cidade de Niterói: a CAMPANHA VOLTA ÀS AULAS e para finalizar nossas ações teremos a Palestra para Professores, Pais, Universitários e população em geral com Luiz Felipe Pondé, no dia 16 de fevereiro às 18:30h no Teatro Popular, com entrada gratuita, mediante retirada da entrada uma hora antes no próprio teatro. São 450 lugares"!!!


"Possui graduação em FIlosofia Pura pela Universidade de São Paulo (1990), mestrado em História da Filosofia Contemporânea pela Universidade de São Paulo (1993), DEA em Filosofia Contemporânea - Universite de Paris VIII (1995), doutorado em Filosofia Moderna pela Universidade de São Paulo (1997) e pós-doutorado (2000) em Epistemologia pela University of Tel Aviv. Atualmente é professor assistente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor titular da Fundação Armando Álvares Penteado. Outros vínculos significativos em pós-graduação: Escola Paulista de Medicina, Unifesp, professor e pesquisador convidado (2007) , University of Warsaw, professor convidado (2007), Universität Marburg, professor e pesquisador convidado (2002 e 2003) - University Of Tel Aviv, pesquisador (1999 a 2000) - Universite de Paris VIII, pesquisador (1994 a 1996) - Universidad de Sevilla, professor convidado (2005) - Universite Catholique de Louvain (2002 até o presente) e colunista exclusivo do Jornal Folha de S. Paulo. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Ciências da Religião e Filosofia da Religião, atuando principalmente nos seguintes temas: religião, mística, santidade, angústia, modernidade/Pós-modernidade e epistemologia" [ In: Currículo Lattes - 15/03/2017]

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Conceito e pressupostos da Orientação Educacional



O Orientador Educacional, antes era visto como o responsável por encaminhar os estudantes considerados "problemáticos" aos psicólogos. Entretanto, com o passar dos anos ganhou uma nova função, perdeu o antigo e pejorativo rótulo de delegado e hoje trabalha para intermediar os conflitos escolares e ajudar os professores a lidar com alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem e comportamento.

Literalmente, a orientação é um ato ou um processo de orientar. A semântica do termo orientar nos diz que ele significa “guiar, dirigir, indicar o rumo”, mas que pode ser empregado no sentido de “reconhecer a situação do lugar que se acha para ser guiado no caminho” ou mesmo no de “examinar cuidadosamente os diferentes aspectos de uma questão” (SILVEIRA, 1955, p. 809). Enquanto no primeiro caso, o ato de orientar parece permanecer exterior ao sujeito, traduzindo uma certa conotação de heteronomia, nos demais significados, a ênfase parece repousar muito mais na atividade de um sujeito que, em vez de sofrer o processo e se declarar orientado, assume seu papel de agente e, por isso, se diz orientando.
Segundo Goldberg, a orientação educacional é uma prática humana tão velha quanto a própria humanidade. Em verdade, ela tornou-se uma empresa florescente, logo após o nascimento do primeiro rebento de Adão, assim pais, chefes de tribos, e seus agentes educativos tem assumido a responsabilidade pela direção dos jovens, dos fracos e dos aflitos e, áreas como desenvolvimento moral, escolha vocacional e treinamento, desde o começo do mundo. Placco (1994, p. 30),   

Conceitua a orientação educacional como um processo social desencadeado dentro da escola, mobilizando todos os educadores que nela atuam – especialmente os professores – para que, na formação desse homem coletivo, auxiliem cada aluno a se construir, a identificar o processo de escolha por que passam, os fatores socioeconômico-político-ideológicos e éticos que o permeiam e os mecanismos por meio dos quais ele possa superar a alienação proveniente de nossa organização social, tornando-se, assim, um elemento consciente e atuante dentro da organização social, contribuindo para sua transformação. 

Todos eles têm a responsabilidade em grau maior ou menor para uma orientação do tipo conselheira: seus agentes em nome de prestigio e de sua autoridade de que são investidos socialmente buscam através de “conselhos” encaminharem os leigos, os inexperientes, os ingênuos, para determinados fins considerados valiosos pelos “orientadores”.

Mas, só na primeira década do século XXI é que sob a pressão de necessidades sociais, se destaca, do fundo indiviso da orientação, uma nova prática de orientação, como atividade profissional específica. Esta se define agora, assistência técnica proporcionada pelo orientador ao orientando, com o objetivo de desenvolver, neste último, de forma racional e responsável.

Tanto uma como outra sempre buscaram controlar e modificar o comportamento humano, a diferença entre ambas residindo, sobretudo, nas estratégias e nos objetivos da ação. Enquanto a orientação “conselheira” busca dirigir o orientando para certas decisões que o orientador definiu a priori como valiosas, a orientação busca assistir o orientando no processo decisório, não para que ele chegue necessariamente às mesmas decisões, que o orientador considera valiosas, mas para que ele desenvolva uma metodologia da escolha racional e responsável. A orientação interessa produzir indivíduos que sejam capazes de decidir tendo em vista o máximo de conhecimento possível dos fatores e alternativas em jogo (racionalidade) e assumindo todas as consequências de sua decisão (responsabilidade).

Em outras palavras: o modelo de homem que a Orientação privilegia é o daquele que sabe tomar decisões de forma crítica e não o daquele que as toma ingenuamente. Para usar da clássica distinção da orientação integrada a “educação de processo” enquanto a orientação integra a “educação de produto”.  Daí, partimos do princípio que, a orientação educacional tem como pressuposto básico o da liberdade de escolha e de pensamento criativo, reflexivo e consciente.

Referências

GOLDBERG, Maria Amélia Azevêdo. A profissão de orientador educacional. Cadernos de Pesquisa 10 (1974): 38-40.  

PLACCO, V. M. N. S. Formação e prática do educador e do orientador. 1ª Edição. Campinas, SP: Papirus, 1994.

SILVEIRA, Bueno. Orientador [ definição]. In ______ Dicionário escolar de língua portuguesa. - Rio de Janeiro, Ministério da educação e cultura, 1955.