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segunda-feira, 9 de março de 2020

O saber não ocupa espaço

Fui professor do Ensino Básico Integrado durante vários anos [1999-2012], e, durante esse período eu me contentava em pesquisar apenas os conteúdos para as minhas aulas. Hoje, vejo que poderia ter feito mais, pesquisado e lido muito mais. Tenho a plena consciência que no exercício da docência, a pesquisa é fundamental para quem escolheu essa profissão.

Aos que ainda não têm essa consciência está na hora de mudar. Pesquisar vai além do exigido para a elaboração de planos e ministração de aulas, pois, além de contribuir para melhorar a qualidade do nosso trabalho, também podemos contribuir para a divulgação do conhecimento, seja através de grupos de pesquisa, participação em eventos acadêmicos, resenhas, artigos acadêmicos/opinião, coautoria de livros e livros autorais.

O desafio é sair da mesmice, arriscar, romper paradigmas, crescer sempre...

segunda-feira, 2 de março de 2020

A ÁFRICA ESTÁ NA MODA?



Nos últimos anos, principalmente depois da Lei 10.639/03, o ensino da história e da cultura afro-brasileira tornou-se obrigatório. Além disso, tema Cult., bastante debatido em jantares inteligentes "frequentados por psicanalistas, artistas plásticos, músicos, atores, jornalistas, publicitários, médicos, produtores, 'videomakers', antropólogos, sociólogos, historiadores, filósofos". Essa passagem do Pondé, é uma crítica explícita aos que se julgam entendedores de 'tudo' inclusive da cultura Africana, sem nunca terem pisado em suas terras ou lido um autor que seja (exceções a parte).


Nas redes sociais, abundam ofertas de cursos de graduação e pós-graduação presencial e à distância. Quanto a isso, ainda que, com algumas ressalvas pode-se dizer que é um aspeto positivo, embora seja preciso ter algumas cautelas, pois, a sabedoria popular já nos alerta que, 'nem tudo o que bilha é ouro' e "nem todos os que vagueiam estão perdidos" [Baggins].

Paralelamente, cresce o número exacerbado de 'facebookianos' especialistas em cultura africana ávidos por comentar, defender, acusar, partilhar informações, fatos e acontecimentos que muitas vezes carecem de uma apuração além dos meros títulos, por vezes sensacionalistas. Estes últimos são os que rendem comoções generalizadas, de fatos e acontecimentos [por vezes, verdadeiros], mas, que de forma alguma representam a realidade do continente como um todo.

Esses autoproclamados especialistas e participantes assíduos de 'jantares inteligentes' cometem principalmente QUATRO tipos de erros:

1. Confundir a África como um país;[Obs:. O continente é formado por 54 países,com mais de 30 milhões de km2, mais de 1300 idiomas. É o terceiro continente mais extenso, e segundo mais populoso do planeta].

2. Basear em informações de pessoas que estão 'demasiadamente envolvidas' com questões políticas, ideológicas, econômicas, religiosas, morais etc. A estes falta o devido distanciamento.

3. Basear em informações de pessoas que estão demasiadamente longe, e que por vezes não fazem a mínima ideia da realidade dos fatos e acontecimentos narrados. A estes falta o sentido da realidade.

OBS: Para os que estão tão próximos ou tão longe é preciso que saibam que "demasiada distância ou demasiada proximidade impede-nos de ver, demasiada longitude ou demasiada concisão obscurece" [Pascal].

4. Basear em informações provenientes de fontes duvidosas e manipuladas por pessoas e entidades que muito têm a lucrar com a ignorância dos que sem exercitar sua capacidade crítica, passam para frente tudo o que a primeira vista lhes causa repulsa...

VAMOS TODOS TENTAR CONHECER A ÁFRICA LIVRE DE PRÉ-CONCEITOS!?