O modelo educacional eurocêntrico pela
qual fomos formados tem como premissa básica, o individualismo, ou seja, a
supervalorização do individuo. Desde muito cedo fomos estimulados a vencer
sempre, a ser o melhor da turma, a ter as melhores notas, a sermos o centro das
atenções. Isso fez com que a convivência com os outros passasse a ser mais competição
e menos cooperação.
Aos poucos fomos persuadidos/conduzidos
a construir uma ameaça real sobre o planeta, entendida como a tirania do “Eu”,
atitudes que hoje são absolutamente normais entre seres humanos, principalmente
em tempos de pandemia.
Nesse sentido a valorização dessa
competição estéril, condicionou nossa forma de pensar e agir, ou seja, nós nos
colocamos no centro do cosmos, e, expressões como “eu penso”, “eu sou”, “eu
tenho”, “eu posso”, “eu quero”, “eu existo” são o reflexo de uma matriz
científico-filosófica que espelha claramente o antropocentrismo acéfalo que
coloca o individuo no centro do todo o processo de produção de conhecimento,
mas, esquece o coletivo, que é, sobretudo, o sustentáculo de todas as relações
interpessoais.
Fazemos parte de um sistema em que o
“ter” aniquilou o “Ser” e o homem, criatura desnaturada colocou-se no topo da
hierarquia dos seres viventes, quando na verdade fazemos parte do mesmo ecossistema
global, para qual não existe diferença entre um homem, uma formiga, uma planta
[...] mas, o homem desconhece isso.
Por isso, tornou-se absolutamente
complicado para o ser humano esquecer seu ‘eu’ e pensar no outro, ou seja,
colocar-se no lugar do outro. Essa educação eurocêntrica pela qual todos
passamos, está condenada ao fracasso em todas as dimensões, pois, o modelo não
responde mais às necessidades educacionais. Utopias como: igualdade, progresso,
respeito, liberdade, solidariedade, fraternidade, empatia (...) patinam sobre
possibilidades impossíveis de se concretizarem no cenário atual.
Urge então, uma alternativa educacional
inter-e-transpessoal o que implica necessariamente o autoconhecimento, ou seja,
a consciência da dimensão espiritual (coletivo) do ser humano na qual a unidade
do saber volta-se para o transcendente e não mais para o racionalismo, o mecanicismo
e o individualismo, uma vez que, estes apenas conduziram a desconsideração da
complexidade e da dimensão transcendente do ser humano.
Precisamos SER! Precisamos CRER!
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