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sábado, 3 de abril de 2021

Educação em tempos de pandemia


O modelo educacional eurocêntrico pela qual fomos formados tem como premissa básica, o individualismo, ou seja, a supervalorização do individuo. Desde muito cedo fomos estimulados a vencer sempre, a ser o melhor da turma, a ter as melhores notas, a sermos o centro das atenções. Isso fez com que a convivência com os outros passasse a ser mais competição e menos cooperação.

Aos poucos fomos persuadidos/conduzidos a construir uma ameaça real sobre o planeta, entendida como a tirania do “Eu”, atitudes que hoje são absolutamente normais entre seres humanos, principalmente em tempos de pandemia.    

Nesse sentido a valorização dessa competição estéril, condicionou nossa forma de pensar e agir, ou seja, nós nos colocamos no centro do cosmos, e, expressões como “eu penso”, “eu sou”, “eu tenho”, “eu posso”, “eu quero”, “eu existo” são o reflexo de uma matriz científico-filosófica que espelha claramente o antropocentrismo acéfalo que coloca o individuo no centro do todo o processo de produção de conhecimento, mas, esquece o coletivo, que é, sobretudo, o sustentáculo de todas as relações interpessoais.

Fazemos parte de um sistema em que o “ter” aniquilou o “Ser” e o homem, criatura desnaturada colocou-se no topo da hierarquia dos seres viventes, quando na verdade fazemos parte do mesmo ecossistema global, para qual não existe diferença entre um homem, uma formiga, uma planta [...] mas, o homem desconhece isso. 

Por isso, tornou-se absolutamente complicado para o ser humano esquecer seu ‘eu’ e pensar no outro, ou seja, colocar-se no lugar do outro. Essa educação eurocêntrica pela qual todos passamos, está condenada ao fracasso em todas as dimensões, pois, o modelo não responde mais às necessidades educacionais. Utopias como: igualdade, progresso, respeito, liberdade, solidariedade, fraternidade, empatia (...) patinam sobre possibilidades impossíveis de se concretizarem no cenário atual.

Urge então, uma alternativa educacional inter-e-transpessoal o que implica necessariamente o autoconhecimento, ou seja, a consciência da dimensão espiritual (coletivo) do ser humano na qual a unidade do saber volta-se para o transcendente e não mais para o racionalismo, o mecanicismo e o individualismo, uma vez que, estes apenas conduziram a desconsideração da complexidade e da dimensão transcendente do ser humano.     

Precisamos SER! Precisamos CRER!

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