Aula 02 de Filosofia
Causa do surgimento da Filosofia na Grécia Antiga
TEXTO COMPLEMENTAR
O nascimento da Filosofia
Os historiadores da
Filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século VII
e início do século VI antes de Cristo, nas colônias gregas da Ásia Menor
(particularmente as que formavam uma região denominada Jônia), na cidade de
Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto.
Além de possuir data
e local de nascimento e de possuir seu primeiro autor, a Filosofia também
possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia. A palavra cosmologia é
composta de duas outras: cosmos, que significa mundo ordenado e organizado e logia,
que vem da palavra logos, que significa pensamento racional, discurso racional,
conhecimento. Assim, a Filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do
mundo ou da Natureza, donde, cosmologia. Apesar da segurança
desses dados, existe um problema que, durante séculos, vem ocupando os
historiadores da Filosofia:
o de saber se a Filosofia - que é um fato especificamente grego - nasceu por si mesma ou dependeu de contribuições da sabedoria oriental (egípcios, assírios, persas, caldeus, babilônios) e da sabedoria de civilizações que antecederam à grega, na região que, antes de ser a Grécia ou a Hélade, abrigara as civilizações de Creta, Minos, Tirento e Micenas. Durante muito tempo, considerou-se que a Filosofia nascera por transformações que os gregos operaram na sabedoria oriental (egípcia, persa, caldéia e babilônica). Assim, filósofos como Platão e Aristóteles afirmavam a origem oriental da Filosofia.
o de saber se a Filosofia - que é um fato especificamente grego - nasceu por si mesma ou dependeu de contribuições da sabedoria oriental (egípcios, assírios, persas, caldeus, babilônios) e da sabedoria de civilizações que antecederam à grega, na região que, antes de ser a Grécia ou a Hélade, abrigara as civilizações de Creta, Minos, Tirento e Micenas. Durante muito tempo, considerou-se que a Filosofia nascera por transformações que os gregos operaram na sabedoria oriental (egípcia, persa, caldéia e babilônica). Assim, filósofos como Platão e Aristóteles afirmavam a origem oriental da Filosofia.
Os gregos,
diziam eles, povo comerciante e navegante, descobriram, através das viagens, a
agrimensura dos egípcios,
a astrologia dos caldeus e dos babilônios, as genealogias
dos persas, os mistérios religiosos orientais referentes aos rituais de purificação
da alma, etc. A Filosofia teria nascido pelas transformações que os gregos
impuseram a esses conhecimentos.
Dessa forma, da
agrimensura, os gregos fizeram nascer duas ciências:
- A aritmética e a geometria;
Da astrologia, fizeram surgir também duas ciências:
- A astronomia e a meteorologia;
Das genealogias, fizeram surgir mais uma outra ciência:
- A história; dos mistérios religiosos de purificação da alma, fizeram surgir as teorias filosóficas sobre a natureza e o destino da alma humana.
Todos esses
conhecimentos teriam propiciado o aparecimento da Filosofia, isto é, da
cosmologia, de sorte que a Filosofia só teria podido nascer graças as saber oriental.
Essa idéia de uma filiação oriental da Filosofia foi muito defendida oito
séculos depois de seu nascimento (durante os séculos II e III depois de
Cristo), no período do Império Romano. Quem a defendia? Os pensadores judaicos,
como Filo de Alexandria, e os Padres da Igreja, como Eusébio de Cesaréia e
Clemente de Alexandria.
Por que defendiam a
origem oriental da Filosofia grega? Pelo seguinte motivo: a Filosofia grega
tornara-se, em toda a Antigüidade clássica, e para os poderosos da época, os
romanos, a forma superior ou mais elevada do pensamento e da moral.
Os judeus, para
valorizar seu pensamento, desejavam que a Filosofia tivesse uma origem
oriental, dizendo que o pensamento de filósofos importantes, como Platão, tinha
surgido no Egito, onde se originara o pensamento de Moisés, de modo que havia
uma ligação entre a Filosofia grega e a Bíblia.
Os Padres da Igreja,
por sua vez, queriam mostrar que os ensinamentos de Jesus eram elevados e
perfeitos, não eram superstição, nem primitivos e incultos, e por isso
mostravam que os filósofos gregos estavam filiados a correntes de pensamento
místico e oriental e, dessa maneira, estariam próximos do cristianismo, que é
uma religião oriental.
No entanto, nem todos
aceitaram a tese chamada “orientalista”, e muitos, sobretudo no século XIX da
nossa era, passaram a falar na Filosofia como sendo o “milagre grego”.
Com a palavra
“milagre” queriam dizer várias coisas:
- Que a Filosofia surgiu inesperada e espantosamente na Grécia, sem que nada anterior a preparasse;
- Que a Filosofia grega foi um acontecimento espontâneo, único e sem par, como é próprio de um milagre;
- Que os gregos foram um povo excepcional, sem nenhum outro semelhante a eles, nem antes e nem depois deles, e por isso somente eles poderiam ter sido capazes de criar a Filosofia, como foram os únicos a criar as ciências e a dar às artes uma elevação que nenhum outro povo conseguiu, nem antes e nem depois deles.
Referências:
CHAUÍ, Maria Helena. Covite à Filosofia. E. Ática, São Paulo, 2000.
Vídeo- aula: Link: <https://www.youtube.com/watch?v=Ni85RNLdAQw&list=PLGEYBxymOsE523yp54yrjvaJmv3PsEjF6&index=2>, acesso em 25/05/2016.
Sem comentários :
Enviar um comentário