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sexta-feira, 21 de março de 2014

VIOLÊNCIA ESCOLAR


Universidade Católica de Petrópolis
Instituto de Pesquisa e Tecnologia
Pós-Graduação Lato Senso
Especialização em Administração, Gestão, supervisão Pedagógica e Educacional.


Tema: Violência na Escola
Duração: 1 ano / Nível: Ensino Médio
Alunos:
Arlindo Rocha; Magda Elias; Rodrigo Andrade; Elisangela

  

“A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano”. João Paulo II

RESUMO

A violência escolar é um fenômeno que tem vindo a crescer ano após ano, provavelmente, fruto de uma crise social que começa com a desestruturação da família como berço dos valores e célula básica da sociedade. Essa suposta crise de valores enfrentada pelos adolescentes acaba refletindo na escola, como espaço de reprodução do que é vivido e experimentado na comunidade e na família.
Como Supervisores Educacionais, temos um papel importantíssimo, na articulação, mediação e promoção de atividades em colaboração com os professores, visando minimizar dos efeitos da violência na escola e promover hábitos saudáveis de convivência.
Por isso, o nosso grupo de trabalho, propõe trabalhar o tema “VIOLENCIA NA ESCOLA” no presente ano letivo, visando resolver um problema que a nossa escola vem atravessando nos últimos anos. Nosso objetivo é trabalhar numa perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar, mobilizando e envolvendo todos: “comunidade docente, discentes, famílias e a comunidade em geral”, nas atividades de promoção de paz, solidariedade, amizade, respeito, entreajuda diminuindo assim os índices de violência escolar.
Palavras chave: Violência, articulação, família, interdisciplinar, comunidade, 


ÍNDICE


INTRODUÇÃO 

Como Supervisores Educacionais acreditamos que, além do conteúdo pedagógico, os alunos e as alunas deverão receber orientações educacionais para o convívio na escola e na sociedade num ambiente de paz, tolerância e respeito mutuo. A escola recebe crianças, adolescentes e jovens de diversas estruturas sociais com diferentes possibilidades de acesso aos bens essenciais a uma boa educação e com diferentes influências o que torna inevitável pequenos conflitos, condição que exige a intervenção pontual dos professores.
As manifestações de agressividade e de violência na escola, de acordo com Fante(2005,p.168) são um fenómeno social complexo e difícil de entender, porque atinge a sociedade como um todo(...) por isso, é preciso criar estratégias conjuntas para tentar maximizar as ações educativas formais, informais e não formais visando dotar as crianças, adolescentes e jovens de valores indispensáveis para uma boa convivência no meio social.
A proposta de trabalho que apresentamos, visa contribuir para a diminuição e a erradicação gradativamente da violência na nossa escola e na comunidade do entorno, e, acreditamos quer os resultados poderão sugerir soluções à serem aplicadas em outas escolas com o mesmo problema.   

DIAGNÓSTICO

Usamos como ferramenta para diagnosticar os índices de violência os dados estatísticos fornecidos pela Direção, entrevista com os docentes, discentes, pais e responsáveis além da observação direta dos alunos em sala, no pátio, na chegada e na saída da escola, complementados com imagens de câmeras de segurança existentes na escola, e, concluímos que a situação é preocupante.
Violência, segundo Abramovay (2003 apaud, FANTE, 2005) são manifestações que se referem explicações de ordem socioeconómica, ao agravamento de exclusões sociais, raciais e de gênero, à perda referencial entre os jovens ao surgimento de “gangues, tráfico de drogas”, destruição familiar e a perda de espaço na sociedade.
PRIOTTO (2008) BONETTI (2009) classificam a violência das seguintes formas: violência física, que é uma ação contra a integridade física pessoal, de um individuo ou grupo; agressão física, que são os homicídios, estupros, ferimentos, assaltos etc; violência simbólica verbal, que é o abuso do poder, baseado no consentimento através do uso de símbolos de autoridade; violência simbólica institucional, que é a marginalização, descriminação usadas por instituições diversas; violência verbal, que são incivilidades, humilhações, intimidações, palavras grosseiras...  
Com base nesses conceitos sobre violência traçaremos um conjunto de atividades a serem desenvolvidas primeiramente com os professores, uma vez que, muitos não foram preparados e treinados para lidar com a violência escolar e acabam por utilizar de suas experiências para contornar situações que envolvem violência, e muitas vezes sem sucesso quando o trabalho é feito de forma isolado.  

PROBLEMÁTICA: VOLÊNCIA NA ESCOLA[1] 

A nossa escola situa-se numa comunidade periférica da Cidade do Rio de janeiro, onde o tráfico de drogas, a prostituição, a violência física, psicológica, sexual, patrimonial, moral e a violência doméstica entre outros males sociais, afetam diretamente o comportamento e o rendimento escolar dos nossos alunos, gerando um clima de desconforto profissional e de conflito permanente entre os jovens e toda a comunidade em geral.
Tendo em conta esse cenário, constatamos que muitos alunos e alunas inclusive professoras e professores tem sido vítimas constantes de ameaças e agressões verbais e até físicas o que tem aumentado nossa preocupação com a segurança no ambiente escolar de trabalho, uma vez que, a escola não tendo mecanismos de controle e repressão, seus profissionais e seus(as) alunos(as) ficam a mercê de atos violentos que coloca em risco  sua integridade física e emocional.
Por isso, para esse ano letivo, escolhemos como tema “VIOLÊNCIA NA ESCOLA” onde iremos abordar o tema de forma aberta, crítica e reflexiva com alunos, professores, pais e toda a comunidade em geral, na tentativa de minimizar os efeitos da violência e curto e médio prazo, tanto dentro como fora da escola através de parcerias com a comunidade e instituições afins.

Objetivos gerais:

1.    Orientar a equipe escolar a lidar com as causas que propiciam a violência dentro e fora da escola.
2.    Implementar um programa de “Educação para a Cidadania” visando incitar a consciência da comunidade escolar(docentes/discentes) para os meles sociais, nomeadamente a violência escolar.

Objetivos específicos:

1.    Elaborar estratégias que contribuem dinamicamente para melhoria do ambiente escolar;
2.    Incitar a consciência da comunidade escolar através de informações sobre a importância da participação ativa nos assuntos escolares;
3.    Mobilizar a comunidade discente, elaborando atividades que enfoquem a importância de se viver em um ambiente escolar harmônico. 
Resultados espetados:
1.    Maior percentagem de professores engajados e motivados;
2.    Participação em massa de todos os alunos;
3.    Melhorias nas relações interpessoais entre docentes, discentes, famílias e comunidade em geral;
4.    Maior intervenção dos pais na vida escolar dos alunos;
5.    Maior aproximação da escola à comunidade;
6.    Redução dos índices de violência na escola e na comunidade; 

ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA DESENVOLVER COM PROFESSORES

Duração: dois meses com horário no contra turno de lecionação.
Uma das perguntas clássicas que se ouve dos diretores e coordenadores de escolas é: - “Como motivar professores para determinadas tarefas? Um professor motivado transmite seu entusiasmo para seus alunos os quais reconhecem e absorvem melhor o que é ensinado em sala de aula”?
Visando responder a estas questões, propomos trabalhar com os docentes, não só conteúdos específicos, mas também, a autoestima e a incitação da consciência para trabalhar de forma lúdica, criativa e reflexiva situações problemáticas. As ações desenvolvidas com os professores, visa principalmente motiva-los à desenvolverem atividades atrativas e participativas para que seus alunos sentem engajados na identificação e construção de soluções para os problemas que lhes afeta no cotidiano.

Estratégias e ações:

a)    Reuniões para incitar da consciência do pessoal docente para o desenvolvimento de atividades inter-e-transdisciplinares no contexto da temática violência;
b)    Dinâmicas de grupo com docentes, visando partilhar ferramentas de comunicação, interação e participação espontânea nas atividades; 
c)    Estudo e acompanhamento de casos reais, como suporte para uma abordagem do tema de forma objetiva e coerente com a realidade circundante;
d)    Grupo de estudo com profissionais de outras áreas afins (psicólogos, psicopedagogos, filósofos...), criando assim, uma rede de profissionais comprometidos com a problemática da linguagem, visando adotar uma postura e uma linguagem comum na resolução de problemas ligadas a violência.
e)    Debates temáticos, numa perspectiva de construção conjunta e partilha de experiências relevantes para o trabalho docente, melhorando a capacidade do grupo de trabalho e individualmente, melhorando a postura face ao desafio.   

Resultados esperados:

No final dessas ações, espera-se que a maior parte dos professores participantes estejam engajados, motivados e comprometidos com o desenvolvimento das atividades propostas. 

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS COM OS PAIS E RESPONSÁVEIS

Duração: um mês, com horários flexíveis, tendo em conta a disponibilidades dos pais e responsáveis podendo se a noite e aos Sábados.
Convidar os pais para fazerem parte das atividades e projetos desenvolvidos na escola e conhecer o projeto político-pedagógico (PPP) é uma maneira interessante de se aproximar deles e estabelecer as bases para um bom relacionamento. O contato é importante para explicitar o pacto que deve existir entre as duas partes: a escola e a família.
Após dois meses de capacitação e troca de experiências com o corpo docentes, será a vez de eles desenvolverem atividades com os pais, como forma de estabelecer laços de confiança e cumplicidade na resolução de problemas da violência exteriorizada pelos seus filhos na e fora da escola.
a)    Reuniões semanais de incitação da consciência para o problema;
b)    Dinâmicas de grupo como forma de estimular a participação espontânea dos pais e responsáveis;
c)    Exposições (fotografias, desenhos e pinturas, recortes de noticias, panfletos);
d)    Exibição de documentários e filmes sobre o tema;
e)    Debates aberto em torno das exposições, documentários e filmes;
f)     Atendimento personalizado dos pais com dificuldades de relacionamento com os filhos;
g)    Criação de estratégias de intervenção “professor/pais/responsáveis” a serem aplicadas tanto na escola como em casa.     

Resultados esperados:

No final das atividades, espera-se que os pais estejam conscientes e dispostos a participarem de forma responsável na vida dos filhos e no engajamento nas atividades desenvolvidas na escola com o objetivo de minimizar os efeitos da violência dentro e fora dela.    

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS COM OS ALUNOS
Duração: três meses.
Na escola:
            Mobilização da equipe discente em torno do projeto;
            Dinâmicas em sala de aulas sobre o tema;
Trabalhos de pesquisa (diversos conceitos de violências e seus desdobramentos/ violência na escola e suas consequências/ violência na família/ violência na sociedade) etc...
Apresentação de trabalhos, debates na sala;
Dramatização de situações retratando o tema e as possíveis soluções para os mesmos;
Visualização de filmes e debates sobre recortes dos mesmos;
Exposição de trabalhos (poesia, prosas, fotos, desenhos e pinturas);

Em casa (com a família):
Discussões abertas sobre questões abordadas na escola e situações vividas na comunidade e na família;
Acompanhamento dos filhos nos trabalhos de pesquisa;

Na comunidade do entorno 2 meses:
Teatro sobre o tema violência;
Palestras com animadores/orientadores sociais;
Espaço de atendimento personalizado a vítimas de violência;

A avaliação do projeto será realizada ao longo do ano letivo, mediante a aplicação das estratégias e ações planejadas e a observação “in loco” da participação ativa e crítica dos alunos e das alunas, o comportamento e as atitudes face ao desafio proposto. Ouviremos também relatos dos professores, pais e responsáveis sobre a postura dos seus filhos, e, mediante a recolha desses dados, introduziremos medidas corretivas no projeto para que as ações sejam de fato efetivas e produzam efeitos práticos na vida dos alunos.


ABRAMOVAY, M.; RUA, M. G. Violência nas escolas. Brasília: UNESCO, 2003.
FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. ed. São Paulo: Verus, 2005.
PRIOTTO, E. P.; BONETI, L. W. Violência escolar: na escola, da escola e ontra a escola. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 9, n. 26, p. 161-179, jan./ abr. 2009.



[1] No mundo existem várias formas de violência, por exemplo: o preconceito, as agressões físicas e verbais, o bullying, a homofobia e a violência contra a mulher, entre outras. Elas acontecem quando alguém ou um grupo de pessoas utiliza intencionalmente a força física ou o poder para ameaçar, agredir e submeter outras pessoas, privando as de liberdade, causando algum dano psicológico, emocional, deficiência de desenvolvimento, lesão física ou até a morte.

1 comentário :

Edith Magalhães disse...

Parabéns ao grupo pelo elaboração do trabalho.
Profa. Edith Magalhães