Universidade Católica de Petrópolis
Instituto de Pesquisa e Tecnologia
Pós-Graduação Lato Senso
Especialização em Administração, Gestão, supervisão
Pedagógica e Educacional.
Tema: Violência na Escola
Duração: 1 ano / Nível: Ensino Médio
Alunos:
Arlindo Rocha; Magda Elias; Rodrigo Andrade; Elisangela
“A violência destrói o que ela pretende
defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano”. João
Paulo II
RESUMO
A violência escolar é um
fenômeno que tem vindo a crescer ano após ano, provavelmente, fruto de uma
crise social que começa com a desestruturação da família como berço dos valores
e célula básica da sociedade. Essa suposta crise de valores enfrentada pelos
adolescentes acaba refletindo na escola, como espaço de reprodução do que é
vivido e experimentado na comunidade e na família.
Como Supervisores
Educacionais, temos um papel importantíssimo, na articulação, mediação e
promoção de atividades em colaboração com os professores, visando minimizar dos
efeitos da violência na escola e promover hábitos saudáveis de convivência.
Por isso, o nosso grupo de
trabalho, propõe trabalhar o tema “VIOLENCIA NA ESCOLA” no presente ano letivo,
visando resolver um problema que a nossa escola vem atravessando nos últimos
anos. Nosso objetivo é trabalhar numa perspectiva interdisciplinar e
transdisciplinar, mobilizando e envolvendo todos: “comunidade docente, discentes,
famílias e a comunidade em geral”, nas atividades de promoção de paz,
solidariedade, amizade, respeito, entreajuda diminuindo assim os índices de
violência escolar.
Palavras
chave: Violência, articulação, família, interdisciplinar,
comunidade,
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
Como
Supervisores Educacionais acreditamos que, além do conteúdo pedagógico, os
alunos e as alunas deverão receber orientações educacionais para o convívio na
escola e na sociedade num ambiente de paz, tolerância e respeito mutuo. A
escola recebe crianças, adolescentes e jovens de diversas estruturas sociais
com diferentes possibilidades de acesso aos bens essenciais a uma boa educação
e com diferentes influências o que torna inevitável pequenos conflitos,
condição que exige a intervenção pontual dos professores.
As
manifestações de agressividade e de violência na escola, de acordo com
Fante(2005,p.168) são um fenómeno social complexo e difícil de entender, porque
atinge a sociedade como um todo(...) por isso, é preciso criar estratégias
conjuntas para tentar maximizar as ações educativas formais, informais e não
formais visando dotar as crianças, adolescentes e jovens de valores
indispensáveis para uma boa convivência no meio social.
A
proposta de trabalho que apresentamos, visa contribuir para a diminuição e a
erradicação gradativamente da violência na nossa escola e na comunidade do
entorno, e, acreditamos quer os resultados poderão sugerir soluções à serem
aplicadas em outas escolas com o mesmo problema.
DIAGNÓSTICO
Usamos
como ferramenta para diagnosticar os índices de violência os dados estatísticos
fornecidos pela Direção, entrevista com os docentes, discentes, pais e
responsáveis além da observação direta dos alunos em sala, no pátio, na chegada
e na saída da escola, complementados com imagens de câmeras de segurança
existentes na escola, e, concluímos que a situação é preocupante.
Violência,
segundo Abramovay (2003 apaud, FANTE, 2005) são manifestações que se referem
explicações de ordem socioeconómica, ao agravamento de exclusões sociais,
raciais e de gênero, à perda referencial entre os jovens ao surgimento de
“gangues, tráfico de drogas”, destruição familiar e a perda de espaço na
sociedade.
PRIOTTO
(2008) BONETTI (2009) classificam a violência das seguintes formas: violência
física, que é uma ação contra a integridade física pessoal, de um individuo ou
grupo; agressão física, que são os homicídios, estupros, ferimentos, assaltos
etc; violência simbólica verbal, que é o abuso do poder, baseado no
consentimento através do uso de símbolos de autoridade; violência simbólica
institucional, que é a marginalização, descriminação usadas por instituições
diversas; violência verbal, que são incivilidades, humilhações, intimidações,
palavras grosseiras...
Com
base nesses conceitos sobre violência traçaremos um conjunto de atividades a
serem desenvolvidas primeiramente com os professores, uma vez que, muitos não
foram preparados e treinados para lidar com a violência escolar e acabam por
utilizar de suas experiências para contornar situações que envolvem violência,
e muitas vezes sem sucesso quando o trabalho é feito de forma isolado.
PROBLEMÁTICA: VOLÊNCIA NA ESCOLA[1]
A
nossa escola situa-se numa comunidade periférica da Cidade do Rio de janeiro, onde
o tráfico de drogas, a prostituição, a violência física, psicológica, sexual,
patrimonial, moral e a violência doméstica entre outros males sociais, afetam
diretamente o comportamento e o rendimento escolar dos nossos alunos, gerando
um clima de desconforto profissional e de conflito permanente entre os jovens e
toda a comunidade em geral.
Tendo
em conta esse cenário, constatamos que muitos alunos e alunas inclusive
professoras e professores tem sido vítimas constantes de ameaças e agressões verbais
e até físicas o que tem aumentado nossa preocupação com a segurança no ambiente
escolar de trabalho, uma vez que, a escola não tendo mecanismos de controle e
repressão, seus profissionais e seus(as) alunos(as) ficam a mercê de atos violentos
que coloca em risco sua integridade
física e emocional.
Por
isso, para esse ano letivo, escolhemos como tema “VIOLÊNCIA NA ESCOLA” onde
iremos abordar o tema de forma aberta, crítica e reflexiva com alunos,
professores, pais e toda a comunidade em geral, na tentativa de minimizar os
efeitos da violência e curto e médio prazo, tanto dentro como fora da escola
através de parcerias com a comunidade e instituições afins.
Objetivos gerais:
1.
Orientar a equipe escolar a lidar com as
causas que propiciam a violência dentro e fora da escola.
2.
Implementar um programa de “Educação para a
Cidadania” visando incitar a consciência da comunidade
escolar(docentes/discentes) para os meles sociais, nomeadamente a violência
escolar.
Objetivos
específicos:
1.
Elaborar estratégias que contribuem
dinamicamente para melhoria do ambiente escolar;
2.
Incitar a consciência da comunidade escolar
através de informações sobre a importância da participação ativa nos assuntos
escolares;
3.
Mobilizar a comunidade discente, elaborando
atividades que enfoquem a importância de se viver em um ambiente escolar
harmônico.
Resultados
espetados:
1. Maior
percentagem de professores engajados e motivados;
2. Participação
em massa de todos os alunos;
3. Melhorias
nas relações interpessoais entre docentes, discentes, famílias e comunidade em
geral;
4. Maior
intervenção dos pais na vida escolar dos alunos;
5. Maior
aproximação da escola à comunidade;
6. Redução
dos índices de violência na escola e na comunidade;
ESTRATÉGIAS
E AÇÕES PARA DESENVOLVER COM PROFESSORES
Duração:
dois meses com horário no contra turno de lecionação.
Uma das perguntas clássicas
que se ouve dos diretores e coordenadores de escolas é: - “Como motivar professores para determinadas tarefas? Um professor
motivado transmite seu entusiasmo para seus alunos os quais reconhecem e
absorvem melhor o que é ensinado em sala de aula”?
Visando responder a estas
questões, propomos trabalhar com os docentes, não só conteúdos específicos, mas
também, a autoestima e a incitação da consciência para trabalhar de forma
lúdica, criativa e reflexiva situações problemáticas. As ações desenvolvidas
com os professores, visa principalmente motiva-los à desenvolverem atividades
atrativas e participativas para que seus alunos sentem engajados na
identificação e construção de soluções para os problemas que lhes afeta no
cotidiano.
Estratégias e ações:
a) Reuniões
para incitar da consciência do pessoal docente para o desenvolvimento de
atividades inter-e-transdisciplinares no contexto da temática violência;
b) Dinâmicas
de grupo com docentes, visando partilhar ferramentas de comunicação, interação
e participação espontânea nas atividades;
c) Estudo
e acompanhamento de casos reais, como suporte para uma abordagem do tema de
forma objetiva e coerente com a realidade circundante;
d) Grupo
de estudo com profissionais de outras áreas afins (psicólogos, psicopedagogos,
filósofos...), criando assim, uma rede de profissionais comprometidos com a
problemática da linguagem, visando adotar uma postura e uma linguagem comum na
resolução de problemas ligadas a violência.
e) Debates
temáticos, numa perspectiva de construção conjunta e partilha de experiências relevantes
para o trabalho docente, melhorando a capacidade do grupo de trabalho e
individualmente, melhorando a postura face ao desafio.
Resultados esperados:
No
final dessas ações, espera-se que a maior parte dos professores participantes
estejam engajados, motivados e comprometidos com o desenvolvimento das
atividades propostas.
ATIVIDADES
A SEREM DESENVOLVIDAS COM OS PAIS E RESPONSÁVEIS
Duração:
um mês, com horários flexíveis, tendo em conta a disponibilidades dos pais e
responsáveis podendo se a noite e aos Sábados.
Convidar os pais para
fazerem parte das atividades e projetos desenvolvidos na escola e conhecer o
projeto político-pedagógico (PPP) é uma maneira interessante de se aproximar
deles e estabelecer as bases para um bom relacionamento. O contato é importante
para explicitar o pacto que deve existir entre as duas partes: a escola e a
família.
Após dois meses de
capacitação e troca de experiências com o corpo docentes, será a vez de eles
desenvolverem atividades com os pais, como forma de estabelecer laços de
confiança e cumplicidade na resolução de problemas da violência exteriorizada
pelos seus filhos na e fora da escola.
a) Reuniões
semanais de incitação da consciência para o problema;
b) Dinâmicas
de grupo como forma de estimular a participação espontânea dos pais e
responsáveis;
c) Exposições
(fotografias, desenhos e pinturas, recortes de noticias, panfletos);
d) Exibição
de documentários e filmes sobre o tema;
e) Debates
aberto em torno das exposições, documentários e filmes;
f) Atendimento
personalizado dos pais com dificuldades de relacionamento com os filhos;
g) Criação
de estratégias de intervenção “professor/pais/responsáveis” a serem aplicadas
tanto na escola como em casa.
Resultados esperados:
No
final das atividades, espera-se que os pais estejam conscientes e dispostos a
participarem de forma responsável na vida dos filhos e no engajamento nas
atividades desenvolvidas na escola com o objetivo de minimizar os efeitos da
violência dentro e fora dela.
ATIVIDADES
A SEREM DESENVOLVIDAS COM OS ALUNOS
Duração:
três meses.
Na escola:
Mobilização da equipe discente em
torno do projeto;
Dinâmicas em sala de aulas sobre o
tema;
Trabalhos
de pesquisa (diversos conceitos de violências e seus desdobramentos/ violência
na escola e suas consequências/ violência na família/ violência na sociedade)
etc...
Apresentação
de trabalhos, debates na sala;
Dramatização
de situações retratando o tema e as possíveis soluções para os mesmos;
Visualização
de filmes e debates sobre recortes dos mesmos;
Exposição
de trabalhos (poesia, prosas, fotos, desenhos e pinturas);
Em casa (com a
família):
Discussões
abertas sobre questões abordadas na escola e situações vividas na comunidade e
na família;
Acompanhamento
dos filhos nos trabalhos de pesquisa;
Na comunidade do
entorno 2 meses:
Teatro
sobre o tema violência;
Palestras
com animadores/orientadores sociais;
Espaço
de atendimento personalizado a vítimas de violência;
A avaliação do projeto será realizada ao
longo do ano letivo, mediante a aplicação das estratégias e ações planejadas e
a observação “in loco” da participação ativa e crítica dos alunos e das alunas,
o comportamento e as atitudes face ao desafio proposto. Ouviremos também
relatos dos professores, pais e responsáveis sobre a postura dos seus filhos,
e, mediante a recolha desses dados, introduziremos medidas corretivas no
projeto para que as ações sejam de fato efetivas e produzam efeitos práticos na
vida dos alunos.
ABRAMOVAY,
M.; RUA, M. G. Violência nas escolas. Brasília: UNESCO, 2003.
FANTE,
C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a
paz. 2. ed. São Paulo: Verus, 2005.
PRIOTTO,
E. P.; BONETI, L. W. Violência escolar: na escola, da escola e ontra a escola.
Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 9, n. 26, p. 161-179, jan./ abr. 2009.
[1] No mundo existem várias formas
de violência, por exemplo: o preconceito, as agressões físicas e verbais, o
bullying, a homofobia e a violência contra a mulher, entre outras. Elas
acontecem quando alguém ou um grupo de pessoas utiliza intencionalmente a força
física ou o poder para ameaçar, agredir e submeter outras pessoas, privando as
de liberdade, causando algum dano psicológico, emocional, deficiência de desenvolvimento,
lesão física ou até a morte.
1 comentário :
Parabéns ao grupo pelo elaboração do trabalho.
Profa. Edith Magalhães
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