Várias teorias tentaram e tentam interpretar e propor alternativas para
o agir humano na sociedade e nele o agir pedagógico. Nem todas, porém,
contribuem efetivamente para dar melhores perspectivas e entusiasmo a prática
docente. Há casos, em que uma teoria, apesar de seus aspectos válidos para
finalidades específicas, no seu todo, acaba por gerar descrença, passividade,
decepção.
A participação do aluno na construção de seu saber, tão comentado e
proposto, como uma ação imprescindível no processo ensino-aprendizagem para
esse momento histórico atual, necessita de aprofundamento em estudos anteriores
baseados em grades pensadores para que possamos refletir e compreender como se
deu todo o processo educacional anterior para desta forma, buscar-se maneiras
adequadas de direcionar os caminhos que irão levar aos objetivos propostos para
o que se propõe a educação atual.
Para que o sistema educacional consiga progressão em sua meta é
necessário que todos os educadores possam estar conhecendo as diversas teorias
educacionais que vigoraram e as condizentes ao período histórico atual, podendo
dessa forma, se aperfeiçoarem continuadamente, oferecendo perspectivas
inovadoras e instigantes aos seus alunos e a si mesmo.
A teoria de Paulo Freire remete-nos a reflexão acerca da metodologia
educacional, que por bem, faz mais parte do passado que do presente
educacional, denominando de educação bancária, onde o professor é o depositante
e o aluno o depositário do saber, restando para o segundo apenas render
"juros", sem possibilidades de críticas reflexivas. "Ninguém
ensina nada a ninguém e as pessoas não aprendem sozinha" (FREIRE, in
ROMÃO, 2001:23).
PIAGET constatou com seus estudos, que a experiência é importante para
que ocorra o momento da assimilação do conhecimento, segundo o biólogo, quando
o aluno experimenta o saber, ele constrói um caminho mais breve ao entendimento
do fenômeno estudado. Portanto, a interação do indivíduo com o meio físico e
biológico, quanto maior e mais cedo, propicia o desenvolvimento do pensamento.
Ele define a inteligência como a adaptação que tem como característica o
equilíbrio entre o organismo e o meio, que resulta na interação entre o
processo de assimilação e acomodação, que é o motor da aprendizagem.
Outro pensador influente no processo ensino-aprendizagem é Lev
Vygotsky. Ele desenvolveu a idéia de que o indivíduo não nasce com
características pré-determinadas para a inteligência e para o estado emocional,
mas sim, evolui intelectualmente quando interagido constantemente a reflexões
sobre questões internas e das influências do mundo social. Para Vygotksy, a função da mediação social nas relações entre o
indivíduo e o seu meio, ocorre através de ferramenta, e na atividade física
intraindivíduo é feita através de sinais. Mesmo que o indivíduo nasça com
predisposição para algo, ele dependerá do aprendizado ao longo de sua vida,
adquirido durante as relações permeadas pelo seu grupo social.
Já para Henri-Alexandre Wallon, o meio é um complemento indispensável ao ser vivo que
supre suas necessidades e as suas aptidões sensório-motoras e, depois,
psicomotoras. Um estado de desequilíbrio ou crise emocional tem impacto direto
sobre as ações. Sob o efeito de emoções descontroladas também se perde o
comando das ações.
A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, propõe a
existência de um espectro de inteligências a comandar a mente humana. De acordo
com Gardner, as sete inteligências são: lógico-matemática; linguística;
espacial; físico-cinestésico; interpessoal; intrapessoal e musical.
Outra contribuição significativa para a atualidade foi a pesquisa
realizada pela psicolinguística argentina Emília Ferreira, diagnosticando as
fases de apreensão da escrita, denominando psicogênese da língua escrita. De
acordo com esta teoria, todas as crianças passam por quatros fases até que
esteja alfabetizada: pré-silábica; silábica; silábico-alfabético e alfabético.
Hoje temos teorias mais avançadas como a teoria da complexidade e a
teoria da autopoiese, onde a primeira nos propicia a proximidade da realidade,
numa perspectiva de relações de trabalho, de família, de sociedade, de meio
ambiente ou de qualquer outra manifestação de organização que a cultura
propicie.
A Teoria Autopoiese ou autopoiesis (do grego auto "próprio", poiesis "criação")
é um termo que surgiu na década de 70 pelos biólogos e filósofos
chilenos:Varela e Maturana para designar a capacidade dos seres vivos de
produzirem a si próprios.
Com toda essa gama de teorias existentes, em todos os períodos
históricos, fica difícil destacar uma que seria a ideal, mesmo porque vivemos
em realidades distintas com especifidade em cada região, o docente precisa sim
estar a par das experiências realidades, de estudos feitos por filósofos,
teóricos e pesquisadores que poderão contribuir para a reflexão do fazer
pedagógico, mas não estamos falando de receita como é o desejo de muitos
educadores, que se crie um modelo para ser utilizado.
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