A
leitura habitual de histórias com personagens negros desempenhando os mais
diferentes papéis é fundamental para formar pessoas que valorizam a diversidade
Criar
condições para o desenvolvimento de atitudes de respeito à diversidade é uma
das responsabilidades das escolas durante toda a Educação Básica. Para que as
crianças aprendam a valorizar o diferente, é preciso, desde
cedo, trabalhar a questão rotineiramente e não apenas em datas
comemorativas.
Uma das possibilidades de ter o respeito às diferentes etnias presente no cotidiano das crianças é incluir na atividade permanente de leitura histórias vividas por representantes dos variados grupos étnicos desempenhando os mais diversos papéis.
Uma das possibilidades de ter o respeito às diferentes etnias presente no cotidiano das crianças é incluir na atividade permanente de leitura histórias vividas por representantes dos variados grupos étnicos desempenhando os mais diversos papéis.
Para a antropóloga e escritora Heloisa Pires Lima, ao longo do século 20, as representações dos negros nos livros infanto-juvenis brasileiros foram muito limitadas, refletindo, e, às vezes, denunciando as condições dessas pessoas na sociedade. "Na literatura, os papéis reservados aos negros eram de personagens escravizados, folclóricos ou submetidos a situações de exploração e miséria, como as empregadas domésticas e os meninos de rua".
Se, por um lado, essas figuras retratam parte da triste realidade social do país, por outro, a ausência de negros no papel de heróis, princesas, fadas, vilões e outros tantos arquétipos literários dificulta a valorização da diversidade. "Para uma criança negra, é importante ter referências positivas da auto-imagem. E para todas as crianças, isso também é positivo, pois possibilita a construção de uma imagem mais plural da sociedade", avalia Heloisa.
Vale um alerta. Não basta ler histórias politicamente corretas e terrivelmente chatas. Os livros têm que ter qualidade literária e trazer ilustrações bem feitas, afinal, "eles servem como espelhos para a construção da identidade, principalmente a das crianças", resume a antropóloga.
Encontrar um livro com essas características na década de 1990 era difícil. Porém, a partir de 2003, com a lei 10.639 (que inclui o ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras nas escolas), dezenas de obras interessantes com personagens negros passaram a ser produzidas.
FONTE.
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